Vento, chuva, sons,clarões.
E eu lá fora encharcada.Parada.Esmagada.
Cheiro, oiço, deslizo com a água por entre as pedras da calçada e vou parar a uns pés desconhecidos que pertencem a alguém que reclama dias mais luminosos e suaves.
- Estúpido...- digo eu numa voz escorrida. Não me tires estes dias violentos que me enchem!
Enchem-me de revolta e de sentidos.
São dias que me tocam com paixão para de seguida me arrebatarem...
Sugo a energia furiosa dos transeuntes, mais fluida com a água.
Paro de novo.
Viro o rosto desmparado para o céu revoltado.
O queres, Tu, que pelos Teus maléficos mecanismos me fizeste?
Tu que apenas me criaste para ser mais um átomo do Teu ser egoísta. Mais um terminamento nervoso para sentires!
E de tanto me fazeres sentir, adormeci a executar o meu papel neste mundo...
Sinto a chuva....
Encharcada deslizo pelas pedras da calçada...
Wednesday, September 19, 2007
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